Vivemos numa época em que o controle da opinião pública e, consequentemente, do rumo do país está nas mãos da mídia, da publicidade, a qual, na realidade, presta desserviços à sociedade, tendo, inclusive, responsabilidade pelo aumento da criminalidade.
Estereótipos são criados, gostos alterados, hábitos mudados, tudo conforme a vontade daqueles que controlam as informações.
Se precisam vender um produto, fazem propaganda favorável ao produto e contrário a tudo o que pode impedir a venda (e o lucro) do produto.
Se precisam desviar o foco de algo, criam uma outra situação que é (ou aparenta) ser mais grave.
Isso é assim desde a relação de consumo até as políticas criminais.
Já reparou como são traçados os perfis criminosos em seriados/novelas/filmes? Se um tipo de pessoa é mostrada (mesmo que na ficção) como sendo criminosa em todos os meios de comunicação, ela também passará a ser na vida real.
E isso gera um efeito em cadeia. Como passamos a ver determinada coisa em vários canais, na internet e tudo mais, isso vira moda (boa ou ruim).
Lembram do “power balance”, um holograma que prometia melhorar o equilíbrio? Se não fosse a mídia, a publicidade, ele não teria feito sucesso.
Hoje, o discurso repassado largamente pela mídia é o da “impunidade”, seja na apuração dos crimes, seja no julgamento deles.
Afirmam que é muito fácil praticar crimes e que a probabilidade de ser pego é muito pequena; que a Polícia não prende e a Justiça não julga.
Sabe quais são os efeitos dessa afirmação? Ao criarem esse paraíso da impunidade, acabam por gerar dentro daqueles que já possuem certa tendência à prática criminosa a fagulha que faltava para acender o pavio da criminalidade.
O cara tá lá na casa dele, desempregado, sem oportunidade, sem perspectiva de futuro, …, e vê na televisão a toda hora que “a vida tá boa pra bandido”. Sabe o que ele faz? Se arrisca a praticar um crime, afinal todos dizem que a chance de ser pego é menor do que a de escapar impune.
Acaba, então, que a mídia, ao propagar essa “impunidade”, incita a prática delitiva, contribuindo para o aumento da criminalidade, fazendo com que sejam noticiados mais crimes, crescendo a sensação de impunidade, que faz com que as pessoas sejam incentivadas a praticar crimes e, dessa forma, aumente as noticias das práticas criminosas e assim sucessivamente.
Por outro lado, essa propagação da “impunidade” gera na sociedade um medo excessivo e muitas vezes desnecessário, o que faz com que haja uma cobrança maior por segurança, por políticas criminais mais severas, dividindo o Brasil entre “cidadãos de bem” x “bandidos”.
Dessa forma, os políticos, cercados pela cobrança social, inflamada pela mídia, abraçam os anseios propagados, como forma de não parecerem desatualizados e, assim, percam votos com a população.
Leis são criadas/alteradas, posicionamentos jurisprudenciais são mudados, tudo com o objetivo de saciar esse ímpeto.
E o que a mídia/publicidade ganha com isso? Dinheiro, ganham muito dinheiro, pois políticas criminais mais severas significa mais presídios, mais armas, mais equipamentos eletrônicos, mais veículos, gastos e mais gastos.
Afinal, quem paga nossos canais de comunicação e, consequentemente, o conteúdo que neles passa, são as grandes empresas privadas (nacionais e internacionais), as quais ditam as regras, as matérias, as propagandas e prestam esse desserviço social.
Assim, o apelo desse texto é para que filtremos melhor as informações que chegam até nós, de modo a analisá-las com mais cuidado e com mais senso crítico.
Nem tudo o que passa na TV e está na internet corresponde à verdade.
Gostou do texto? Curta! Basta clicar na estrela que está abaixo do post.
Comente também! Mesmo se não gostou ou não concordou.
Para atingir um resultado maior e melhor, o assunto deve ser debatido e as opiniões trocadas.
Ah! Segue o blog, né?! Sem falar de cadastrar o seu email para receber as nossas atualizações sempre que novos textos forem postados. Basta ir no final da página inicial, clicando aqui, e seguir o passo a passo. É fácil e assim você não perde nenhum post.
Um grande abraço!
Eu não assisto novela já faz anos. Gosto de documentários. Eu e minha mãe passamos a escolher alguns jornais para assistir. A emissora que gostavamos e ainda assistimos tornou-se repetitiva ao extremo.
No seu texto você acredita que um desempregado possa vir a cometer um crime pela forma que a mídia propaga a impunidade. Não concordo. Existe sim o criminoso de oportunidade, seja por desespero ou pela facilidade, mas aprendi na vida “Que nós somos o que sempre fomos”. Ou seja, quem não tem perfil de criminoso, provavelmente, não o será. Eu acho.
CurtirCurtido por 1 pessoa
No direito penal tem de tudo.
CurtirCurtir