Os maiores sucessos da mídia, com aumento contínuo de ibope, são os casos que envolvem violência. Roubo, homicídio, latrocínio, atropelamento, dentre outras situações que, se tiverem bastante sangue, terão a sua semana midiática.
E isso tem um ponto importante, vivemos numa época em que o controle da opinião pública e, consequentemente, do rumo do país está nas mãos da mídia, da publicidade, a qual, na realidade, presta desserviços à sociedade, tendo, inclusive, responsabilidade pelo aumento da criminalidade.
Os estereótipos criados pela televisão e atualmente pela internet, os gostos alterados, os hábitos mudados, tudo é pautado conforme a vontade daqueles que controlam as informações.
Se precisam vender um produto, fazem propaganda favorável ao produto e contrário a tudo o que pode impedir a venda (e o lucro) do produto.
Se precisam desviar o foco de algo, criam uma outra situação que é (ou aparenta) ser mais grave.
Isso é assim desde a relação de consumo até as políticas criminais.
Já reparou como são traçados os perfis criminosos em seriados/novelas/filmes? Há um perfil predeterminado de criminoso.
E, se um tipo de pessoa é mostrada (mesmo que na ficção) como sendo criminosa em todos os meios de comunicação, ela também passará a ser na vida real, gerando um efeito em cadeia.
Nesse sentido, para para pensar como o discurso repassado largamente pela mídia é o da “impunidade”, na apuração dos crimes ou no julgamento deles.
Afirmam que é muito fácil praticar crimes e que a probabilidade de ser pego é muito pequena; que a Polícia não prende e a Justiça não julga.
Sabe quais são os efeitos que essa afirmação pode gerar?
Ao criarem esse paraíso da impunidade, acabam por gerar dentro daqueles que já possuem certa tendência à prática criminosa a fagulha que faltava para acender o pavio da criminalidade.
Pensem comigo, a pessoa está lá na casa dela, desempregada, sem oportunidade de trabalho, sem estudo, sem perspectiva de futuro, …, e vê na televisão a toda hora que “a vida tá boa pra bandido”.
Ao mesmo tempo, ele vê o crime “rolando solto” na comunidade em que vive; além dos jovens traficando e comprando, em puro consumismo, as coisas que desejam.
Sabe o que ele faz? Se arrisca a praticar um crime, afinal todos dizem que a chance de ser pego é menor do que a de escapar impune.
Acaba, então, que a mídia, ao propagar essa “impunidade”, incita a prática delitiva, contribuindo para o aumento da criminalidade, fazendo com que sejam noticiados mais crimes, crescendo a sensação de impunidade, que faz com que as pessoas sejam incentivadas a praticar crimes e, dessa forma, aumente as noticias das práticas criminosas, fazendo crescer a incontrolável bola de neve decorrente desse processo.
Por outro lado, é preciso destacar também que essa propagação da “impunidade” gera na sociedade um medo excessivo e muitas vezes desnecessário, de modo que haja uma cobrança maior por segurança, por políticas criminais mais severas, dividindo, injustificadamente, o Brasil entre “cidadãos de bem x bandidos”.
Diante de todo esse cenário (notícias de crimes, sensação de impunidade e de aumento da violência), os políticos passam a ser cobrados pela sociedade, inflamada pela mídia, e acabam cedendo e abraçando os anseios propagados, como forma de não perder a oportunidade de angariar votos.
Assim, leis são criadas/alteradas e até mesmo posicionamentos jurisprudenciais são mudados, tudo com o objetivo de saciar esse ímpeto, esse populismo penal.
E o que a mídia/publicidade ganha com isso? Dinheiro, ganham muito dinheiro, pois políticas criminais mais severas significa mais presídios, mais armas, mais equipamentos eletrônicos, mais veículos, gastos e mais gastos.
Afinal, quem paga nossos canais de comunicação e, consequentemente, o conteúdo que neles passa, são as grandes empresas privadas (nacionais e internacionais), as quais ditam as regras, as matérias, as propagandas e prestam esse desserviço social.
Assim, o apelo desse texto é para que filtremos melhor as informações que chegam até nós, de modo a analisá-las com mais cuidado e com mais senso crítico.
Nem tudo o que passa na TV e está na internet corresponde à verdade.
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