Você sabia que 37%, das pessoas que se encontram presas preventiva, quase que 01 em cada 03 presos provisórios, foram soltos em sentença?
De acordo com publicação do CONJUR, “63% dos réus que cumpriram prisão provisória foram condenados a penas privativas de liberdade”, 17% absolvidos e 20% condenados a penas restritivas de direitos (regime aberto), tiveram reconhecida a prescrição ou qualquer outra decisão que não levasse a uma condenação à prisão.
A conclusão desse estudo não poderia ser diferente, “revela o sistemático, abusivo e desproporcional uso da prisão provisória pelo sistema de Justiça do país”.
A prisão preventiva, que deveria ser a exceção, foi transformada em regra, fazendo com que muitos que não deveriam estar ali de modo algum fiquem presos por tempo indeterminado (não há um prazo para a prisão preventiva), aguardando o (demorado) julgamento.
Antecipamos a pena para a fase instrutória, segregando a liberdade e os mais variados direitos desde antes da ação penal, contribuindo para a geração de violência.
Quanto mais direito penal, quanto mais prisão, mais violência teremos.
A demonstração de que praticamente 1/3 de quem está preso preventivamente não será condenado à prisão demonstra claramente que prendemos muito e prendemos mal, desnecessariamente. Acreditamos (nos fazem acreditar) que a prisão é um mal necessário e que não é possível “resolver” o problema da criminalidade sem ela.
E, sob essa justificativa, superlotamos as unidades prisionais (ou até mesmo as delegacias) em busca de uma desenfreada vingança, de um punitivismo sem fim, e não de uma solução.
Siga o blog no Facebook, no Twitter, no Instagram. Conheça o canal do Telegram.